Rosa sacra

tua unha vestida ergue ruínas

pede o silêncio e a faca

um altar e o pecado de desejar

qualquer paixão que houver

entre o rubi da boca

e o momento exato da tua nuca,

fora de qualquer mapa

dá-me um murmúrio escrito

para que eu siga como um barco em La Paz

sem qualquer nome, mulher de sempre

leve abismo

teu ventre uma oração cantada

o sol contornando o ombro

no final, o verbo

dá-me um lugar, um duelo de cor

entre a penumbra e a luz

para a alma estar de joelhos

tira-me a carne, os ossos

finda a cobiça da noite por tua pele

no abandono de uma prece

Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 22/05/2019
Código do texto: T6653515
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