Rosa sacra
tua unha vestida ergue ruínas
pede o silêncio e a faca
um altar e o pecado de desejar
qualquer paixão que houver
entre o rubi da boca
e o momento exato da tua nuca,
fora de qualquer mapa
dá-me um murmúrio escrito
para que eu siga como um barco em La Paz
sem qualquer nome, mulher de sempre
leve abismo
teu ventre uma oração cantada
o sol contornando o ombro
no final, o verbo
dá-me um lugar, um duelo de cor
entre a penumbra e a luz
para a alma estar de joelhos
tira-me a carne, os ossos
finda a cobiça da noite por tua pele
no abandono de uma prece