ESFINGE

Percebo que é tarde:

Demorei o meu olhar na profundeza dos teus...

O que vi,

O que vejo...

Vi e vejo doçura e amargura na mesma taça:

Néctar e absinto,

Encanto e vertigem,

Calor e frio,

O canto e a sereia,

Outono e primavera.

O traço fino,

Entre os teus lábios fechados,

Fecham mais que as palavras:

Calam a tua alma aos meus ouvidos,

Mas, o teu olhar, distante e insone, grita

O que não imaginas que ouço.

Devora-me!

Traduzir-te não é para hoje:

É o tempo de uma vida,

Pudesse eu tê-la encontrado

Na primeira primavera.

Chico Steffanello
Enviado por Chico Steffanello em 23/09/2007
Código do texto: T665209
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