Insónia
na cama, descalça
de seus lençóis,
a noite já não discerne
se é dia ou dispersão
o banal, imita os ponteiros de um relógio
e despida, mente à toda mania
de um poema:
- Castiga as horas
e a fadiga dos teus olhos
já não me contam
por
estrelas
fonemas
ou morte
Insónia II
Falar da morte,
só os gigantes
da literatura
o
podem fazer (como Gullar)
mas ainda
posso
experimenta-la
por seus quartos,
seus cômodos
e seus
risos