Nanquim
quero que Deus da próxima vez,
decrete a ilegalidade de ti... por ser tão bonito assim.
seja em nanquim, óleo, seda ou foto.
meu nome a faca imersa na intensidade de um blues,
uma oração que corta tua boca, breve e curta.
invento o inventar
ergo meus olhos em tua lembrança
tomo um longo gole de tequila,
ameaço um rumo diferente, soprando labirintos.
minha ausência eclipsando a noite
perpassa a fronteira do teu peito, sobra pelas paredes
até o vazio rastejante dos móveis.
como uma pintura barroca do Antigo Testamento.
sorrio entre parênteses, esparramada no tempo.
numa tranquilidade absoluta
perdida entre as pessoas que leem
sem qualquer reflexo, sem ser tua.
(...) sequer pode-me perder, ponto.