Nanquim

quero que Deus da próxima vez,

decrete a ilegalidade de ti... por ser tão bonito assim.

seja em nanquim, óleo, seda ou foto.

meu nome a faca imersa na intensidade de um blues,

uma oração que corta tua boca, breve e curta.

invento o inventar

ergo meus olhos em tua lembrança

tomo um longo gole de tequila,

ameaço um rumo diferente, soprando labirintos.

minha ausência eclipsando a noite

perpassa a fronteira do teu peito, sobra pelas paredes

até o vazio rastejante dos móveis.

como uma pintura barroca do Antigo Testamento.

sorrio entre parênteses, esparramada no tempo.

numa tranquilidade absoluta

perdida entre as pessoas que leem

sem qualquer reflexo, sem ser tua.

(...) sequer pode-me perder, ponto.

Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 20/05/2019
Código do texto: T6651752
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