Papel machê

no prédio a noite apaga seus olhos

último lume no fundo do violão

a intimidade não vem dos acordes mudos

que se insinua por entre os verbos

(como dedos da mesma mão)

surge da música que soluça

por todos os lados do lado de fora

há um abismo em toda torneira

que chora-me em água e sal

há um abismo em toda tristeza

que não é minha

dei a quem passava no calendário.

Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 20/05/2019
Código do texto: T6651748
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