Papel machê
no prédio a noite apaga seus olhos
último lume no fundo do violão
a intimidade não vem dos acordes mudos
que se insinua por entre os verbos
(como dedos da mesma mão)
surge da música que soluça
por todos os lados do lado de fora
há um abismo em toda torneira
que chora-me em água e sal
há um abismo em toda tristeza
que não é minha
dei a quem passava no calendário.