Bossa branca
lês o que em mim descansa
em contradições roucas e macias
o tempo para por um momento
corre os dedos gentilmente
ocupando o nexo, ao mesmo teto
risca o vazio
depois sorri em branco
quando o branco pede sede
onde só cabe rastros de silêncio
rebrilha o vestido perdido
que não existe, sem ter sido sonhado antes
boceja o desejo de nascer pincel, chorar-me mais tarde
multiplicando a noite das coisas novas
voa como se se apoiasse no ar
a nudez do agora
com olhos plenos de metades eternas