SECOS E MOLHADOS

SECOS E MOLHADOS

Entre secos e molhados

Nem todos absolutamente básicos

Surgem lagostas em vinhos profundos

Em desigualdades sem buquê

Os moluscos nadam em céu de brigadeiro

Enquanto sardinhas morrem secas

Por falta de capas pretas

Gravatas fálicas

Ternos de grife

E os indefectíveis colarinhos brancos

Mantidos a custa de peixes pequenos

Aos poucos morrendo secos

Molhando mãos com seus suores

Inodoros insípidos incolores

Aos participantes do banquete

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 20/05/2019
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