HUMANO

Ás vezes, neste mundo desvairado

Piso em flores que desmereço

Engulo sapos e maçãs que não mereço,

E lanço ao olvido o brilho das estrelas,

Que cai de graça sobre a minha cabeça.

Arrependido, olhos fixos no solo

Procuro cada pétala, cada casquinha da fruta,

Ou resquícios cintilantes sobrando ao remonte,

Enconchada na carapaça aquecida

Das desculpas esfarrapadas.

Confesso então, minha condição: Sou humano.

E por vezes, afeita às despedidas.