A DÚVIDA
O que faço
neste espaço?
Solitário e só
planto-me
em campos
de alienação
já sem esperança
de me ser a mim
tão-somente em mim.
Se puro nascido
logo alienado
fui produzido
no úbere da mater,
da santa família,
da educação,
da religião.
Alienado eu sou – então –
desde o primeiro chão
no suor da labuta;
e assim – desde sempre –
em confusa luta,
tateio (vida ermo) feito
solitário errante-enfermo.
[…]
O que faço
neste espaço?
A Terra, meu cangaço…
O Humano, meu assassino…
A Palavra, minha hipótese…
Deus, meu condomínio…
O que faço neste espaço?!
[…]