Hedonismo

O capricho dos deuses

É pura ignomínia

Destinaram-me aos prazeres

Mas roubaram-me a fantasia

Assim subjugado

Maldito e condenado

Carrego este fado

Maldito – repito! – este destino

Que me tira o rumo e o tino

Das vidas outrora prazerosas

Entre deusas amorosas

Que a Juventude carnosa

Virtuosa e valorosa – em rosa

Reinava em bacantes dionisíacas

Depois dos vários prazeres

Restou-me deles os faleceres

Das fugacidades vivídicas

Hoje nem mesmo os saberes

De aretes apolínicas são verídicas

Aretes não são hedônicas – são vidas jurídicas

Distante – e longe – das bacantes dionisíacas

…………………………………………………….

Mas negam-se os deuses

Aceitarem tamanha tirania

Desde os tempos de Elêusis

E para resgatar a Ética

O grande Zeus já dizia:

“- Não são os deuses, mas sim os próprios homens,

que pela sua imprudência aumentam os seus males”.

Maldito e condenado

Carregando este fado

Assim subjugado

Este Homem em destino – sem tino

Segue transferindo seus lamentos

Procurando encontrar para suas dores

Um campo dêitico para deitar seus horrores