Hedonismo
O capricho dos deuses
É pura ignomínia
Destinaram-me aos prazeres
Mas roubaram-me a fantasia
Assim subjugado
Maldito e condenado
Carrego este fado
Maldito – repito! – este destino
Que me tira o rumo e o tino
Das vidas outrora prazerosas
Entre deusas amorosas
Que a Juventude carnosa
Virtuosa e valorosa – em rosa
Reinava em bacantes dionisíacas
Depois dos vários prazeres
Restou-me deles os faleceres
Das fugacidades vivídicas
Hoje nem mesmo os saberes
De aretes apolínicas são verídicas
Aretes não são hedônicas – são vidas jurídicas
Distante – e longe – das bacantes dionisíacas
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Mas negam-se os deuses
Aceitarem tamanha tirania
Desde os tempos de Elêusis
E para resgatar a Ética
O grande Zeus já dizia:
“- Não são os deuses, mas sim os próprios homens,
que pela sua imprudência aumentam os seus males”.
Maldito e condenado
Carregando este fado
Assim subjugado
Este Homem em destino – sem tino
Segue transferindo seus lamentos
Procurando encontrar para suas dores
Um campo dêitico para deitar seus horrores