POETA INDOMADO
By Regilene Rodrigues Neves
Gosto desse gostar gostoso que aquece m’alma de sonhos
Dos momentos que o rebusco dentro de mim
Da leveza que me causa teus plácidos olhos de ternura
Do gentil sorriso que convida
Do beijo que beija a própria quimera
Da mera utopia sem rima
Da chama que abrasa o instante que me prende em teu olhar
Gosto desta expressão febril
Escorrendo minhas entranhas em sangue inquietante
Tal qual vinho inebriante de dócil prazer
Capaz de revirar reacender a fome de ter em corpo
A alma lasciva e sem pudor de amor
Gosto dessa voz de caricia
Perturbando minha paz
Esse ar de ventura solto em ais
De um fulgor úmido a luzir profundo abrigo
Num pedaço de sombra em quieto remanso
Gosto de ti assim sem embaraço
Nu aninhado nos meus braços
Com a impressão tímida de quem precisa
Quando chega traz a certeza vem sutil
Caminhando resvalando nas paredes do meu íntimo
Trazendo toda volúpia em oferta de sedução
Tremula confesso me rendo
Toma-me neste carinho de amor
Que concede a paixão este querer de emoção
Como se tudo ficasse de repente no ar das entrelinhas
Suspenso no sussurro de uma palavra “desejo-te”
Rasgue a roupa que compõe essa poesia
Vem me inebria de toda magia deste momento
Devolva o sentimento roubado
Retoma o leme perdido do meu barco sem direção
Deixa-me partir nessas ondas de tormenta e desatino
Desse meu eu sem destino
Vem...cativa...domina seu poeta indomado...
O tempo é como redemoinho à procura dos destroços
Sou resto do que fora talvez um dilúvio quem sabe prelúdio...
Vem guerreiro galopa em seu instinto
A poesia que foge
Voa minha ave voa nesse galope de sonhos e vontades
Gosto de ti assim feito animal indomado no meu corpo
Quando ronda é como sol e lua...
Vento e tempestade...sol e calor...
Anseio em desejo oculto de amor!