Ataque cardíaco fulminante
Três e vinte da manhã...
A água quente banha o corpo nu,
gotas d'água confundem-se com as lágrimas derramadas dos olhos.
Um insuspeito pavor noturno se instala:
- Tremores, rumores, desamores em escala
feito descompasso em nota musical,
um leve desespero toma conta do peito.
Taquicardia!
Suor frio, pulso fino, vertigem ...
Provoca dor, intensa dor!
O espesso sangue que corre nas veias
segue acelerado o fluxo pelas cavidades do coração
irriga todo o corpo em seu furor exploratório
oxigena as células, preenche os espaços vazios
faz transbordar o sexo, enche o corpo de adrenalina.
Taquicardia...
Mas por que essa dor não quer passar
e só parece piorar a cada instante?
Talvez precise de sua ajuda agora!
Minhas mãos estão trêmulas
a visão embaralhada
sumiu a voz também, já não posso gritar.
Algo parece querer sair de dentro do peito
sumiram da boca as palavras
até a língua parece estar cansada.
O silêncio toma conta de tudo, as luzes se apagam, o terror chega ao fim.
O corpo cansado cai ao chão, sem vida!
Morto!
Morto.