LHE QUEIMA, AH!_________
Lhe queima, ah! - quando às vezes -, se impacienta a poesia...
Lhe queima, um timbre sorriso na garganta
quando diante de algo divertido,
em passos que se divergem da marcha,
em seu exercício generoso da calma,
entardece verso,
o café e o vinho,
reclinada sobre o livro
para narrar a fala - sonho - quando o mundo se esgota.
Lhe queima um ir-e-vir de ideias
- e o dia parece pouco -
e uma vida inteira - labirinto no relógio,
e gosta, gosta do aroma de sua biblioteca,
e conversa com o seu violino (tempos que não toca)
e as canetas penas antigas que confecciona (e adora) e limpa o bojo de tinta e escreve em caligrafia bem desenhada para matar a saudade...