Milaves
as palavras
são aviões soltando folhetos
cabelos cheios de segredos
escrevendo coisas macias
a melhor metade voa
como um peito atingido.
e tudo o mais se ausenta
sem que o vento saiba qual é o seu lugar.
a saudade suja as mãos no papel
e a solidão do céu atordoa a caneta
onde tantas vezes o céu e a terra
trocam de lugar.
mas não se consegue ver daqui
ficou em outro poema... para além do jardim
tal um perfume revirado por dentro
e, às vezes no pensamento.
como um campo de origami na primavera