Sangue negro
Minha pele é de cor negra
Mas minha alma é incolor
Dos meus ancestrais a herança:
"A força do sangue negro, na dor!"
Minha avó era indígena e negra
Mestiça de raça sofrida
Trazia no coração uma regra:
"Ser forte nos embates da vida"
Comeu o pão que o diabo amassou
Bebeu do vinho que virou vinagre
Na pele o açoite que o chicote cantou
Em lágrimas sobreviveu por milagre
Na sua terra natal foi estrangeira
Na senzala sua fé foi sua salvação
Aprendeu o poder da oração
Perseverante, Tornou-se benzedeira.
Claudia Florindo Corrêa
09/05/19