Lar

Madrugada fria,

Ninguém devia torturar-se as 3h da manhã, mas era assim que era.

Tantos pensamentos voando aleatoriamente e não chegando a lugar algum.

Corpo inerte sobre a cama,

Casa de um coração remendado que insistia em pulsar mesmo sem ritmo.

As janelas da alma se fecharam para que pudesse olhar para dentro.

O que viu? sentimentos controversos lutando numa guerra incessante e sem sentido.

Todos feridos, nenhum vencedor.

De um lado, a Luz guiava seus soldados,

Mas o exército comandado pelas Trevas estava ganhando uma inconsciente força, vinda do dono da casa.

O lar, doce lar, já havia tornando-se uma prisão domiciliar. E os seus demônios internos eram carcereiros cruéis.

Já quis expulsar a alma de casa,

Mas desistiu, seria fácil demais.

Olá, Luz, acho que você tem alguma influência afinal.

O mar que inundava seu interior, escapou pelas janelas ainda fechadas,

Queimando sua pele.

Mágoas reabertas pesam toneladas, sabiam?

Um profundo suspiro, até que seu anjo Subconsciente lhe empurra-se.

"Reaja!", sussurrava sua mente confusa.

Limpou sua casa,

E então jogou sal nas feridas, de uma vez por todas.

Doeu! Doeu muito. Mas foi melhor assim. E tão intensa quanto a dor, foi sua cicatrização.

Srta Cabernet
Enviado por Srta Cabernet em 14/05/2019
Reeditado em 09/01/2020
Código do texto: T6646890
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