Lar
Madrugada fria,
Ninguém devia torturar-se as 3h da manhã, mas era assim que era.
Tantos pensamentos voando aleatoriamente e não chegando a lugar algum.
Corpo inerte sobre a cama,
Casa de um coração remendado que insistia em pulsar mesmo sem ritmo.
As janelas da alma se fecharam para que pudesse olhar para dentro.
O que viu? sentimentos controversos lutando numa guerra incessante e sem sentido.
Todos feridos, nenhum vencedor.
De um lado, a Luz guiava seus soldados,
Mas o exército comandado pelas Trevas estava ganhando uma inconsciente força, vinda do dono da casa.
O lar, doce lar, já havia tornando-se uma prisão domiciliar. E os seus demônios internos eram carcereiros cruéis.
Já quis expulsar a alma de casa,
Mas desistiu, seria fácil demais.
Olá, Luz, acho que você tem alguma influência afinal.
O mar que inundava seu interior, escapou pelas janelas ainda fechadas,
Queimando sua pele.
Mágoas reabertas pesam toneladas, sabiam?
Um profundo suspiro, até que seu anjo Subconsciente lhe empurra-se.
"Reaja!", sussurrava sua mente confusa.
Limpou sua casa,
E então jogou sal nas feridas, de uma vez por todas.
Doeu! Doeu muito. Mas foi melhor assim. E tão intensa quanto a dor, foi sua cicatrização.