VENTO QUE PASSA

O vento perpassa
pelo brilho da noite,
escorrega nas estrelas,
e se banha de luar.
Sensual e coleante,
se insinua entre as cobertas
tocando, de leve, meu corpo
numa esquisita mistura
de ardor e de ternura,
que faz-me gritar em delírio
estremecendo entre ondas
de calor, até de frio.
Vento brando, meu amigo,
quero estar a sós comigo,
não vem perturbar o meu sono,
me deixa no abandono
do descanso, do remanso,
onde me escondo do mundo,
e deixo aflorar o meu eu.