Poema da falta de esperança
A vida é como um estrondoso sussuro
Que ninguém escuta, como um punhado de sonhos
Que já não recordo
Como esparsas imagens
Que não reconheço
Os dias já mortos, só no amplo azul do céu
Nos esquecemos
Memórias feito folhas secas, nos arrebata
Talvez a memória
Do tempo perdido
Das árvores da terra árida
Onde não há água
Nem a sombra sobre a terra morta
Quendo te esquecestes
Há somente uma terra velha
Em que não há água
Os dias já mortos
Melancolias sobre a janela esparsa
Pela fresta, flutuam em meus dedos
Inconscientes, uma nova visão
De frondosas árvores, de tão longos dias
A descer a colina em harmonia
Com o mundo
O invisível horizonte
Em nossos corações perpetuou
O naufrágil de antigos reis
Os últimos dias se inscrevem, sobre a pedra
Nada no passado
Paredes cheias de olhos
Fitam meus olhos, que nada vêem
Vai! Vai!
Diz ela, pois as nuvens no céu
Esqueceram de nós
E os homens esqueceram
De morrer
Nos meus passos há memórias
Todo o meu corpo,
nada anseia
Aqui ou lá, nos dias de agora
A vida em meu espírito
Tudo nunca
existiu
Nos meus passos há memórias
Os meus passos de longe
Sem próposito, lá contigo
Pulávamos assim os dias
E as noites
Ilustres presentes, as mesas enchiam
As conversas preenchiam o pequeno espaço
Do mundo
Tudo irreal
Tateávamos as paredes,
a procura
Em rodas de ciranda
Em ingênuas brincadeiras
Do nosso lugar
Sobre a porta, há uma mensagem
Os dias se foram
tua pele frágil
Nada sente, ou anseia, teus olhos vazios
Desconhecem a verdade, somente nada sabes
Que será isso?
Lá se vão, tu já te fostes
Nada anseias, calmamente
Sobre essa tormenta, já é hora
Ja é hora, deves ir
Para o fim do dia, para o fim dos tempos
Os teus pés nada entendem
do segredo
As flores murchas vazias
Não sabem cantar
O que esperas? já é hora, já é hora
Tempo irreal
O futuro e o passado
São como parte do presente
Nenhuma história do presente
Se encontra no passado
Que é somente a pele morta
Do futuro