Peregrino
Vou levar comigo
Minha insegurança
E a coberta, meu abrigo
Vou estabelecer distância
Vou me somar aos nômades
Me valer da quiromancia
À cigana dar as mãos
Vou estabelecer uma plêiade
Juntar um amigo, uma música e um cordel
Vou transpor linhas imaginárias
Catar baús de ouro a granel
Dobrar o horizonte e o Equador
Garimpar estrelas no céu
Apostarei distâncias com as cadentes
Estarei onde o sol se por
Estarei à salvo da dor
Não me perderei em lucubrações
Não tropeçarei em meteoritos
Nem em fantasmas da imensidão
Mas levarei no alforje um grito
Um sinalizador de arrependimento
E se de saudade a alma se sentir cheia
Vou estar sempre atento
Sabendo onde o som do grito bate
Onde o eco ricocheteia