no colo de tuas mãos

No colo de tuas mãos

Passei meses

Olhando teu rosto,

Talvez uma expressão, de peso?

Não sei se seria a dor do parto,

Ou da partida...

Sei que me olhavas enternecida,

Complacente com minha fragilidade

Mas, com o amor estampado

Num semblante esgotado,

Eu era seu décimo parto!

Poderia ser isso aquele olhar

Sonolento de cansaço...

No colo de tuas mãos

Vivi quantos tempos?

Meses? Séculos? Momentos...

Não sei se me desprendi do colo,

Quando foste de nossa lida...

Sei que fazes falta no meu entardecer

Agora... Olhar cansado, pés exaustos,

Coluna alquebrada pelos fatos,

Querendo ind’hoje o colo de tuas mãos

Consolo às aflições desse alvoroço

Que é ter de voar sozinho,

Sem saber como, nem caminho...

Parecia fácil olhar adultos

Expressando maturidade vencida

À primeira mulher de nossa vida,

Atribuladamente sucedida.

No colo de tuas mãos

Tenho guarida!

sergiodonadio

sergio donadio
Enviado por sergio donadio em 11/05/2019
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