no colo de tuas mãos
No colo de tuas mãos
Passei meses
Olhando teu rosto,
Talvez uma expressão, de peso?
Não sei se seria a dor do parto,
Ou da partida...
Sei que me olhavas enternecida,
Complacente com minha fragilidade
Mas, com o amor estampado
Num semblante esgotado,
Eu era seu décimo parto!
Poderia ser isso aquele olhar
Sonolento de cansaço...
No colo de tuas mãos
Vivi quantos tempos?
Meses? Séculos? Momentos...
Não sei se me desprendi do colo,
Quando foste de nossa lida...
Sei que fazes falta no meu entardecer
Agora... Olhar cansado, pés exaustos,
Coluna alquebrada pelos fatos,
Querendo ind’hoje o colo de tuas mãos
Consolo às aflições desse alvoroço
Que é ter de voar sozinho,
Sem saber como, nem caminho...
Parecia fácil olhar adultos
Expressando maturidade vencida
À primeira mulher de nossa vida,
Atribuladamente sucedida.
No colo de tuas mãos
Tenho guarida!
sergiodonadio