Roubaria seu penteado de herói
te entregaria os setembros
e a choradeira do alpendre
o espaço que sobra
na decoração da alma
calaria a água da tigela
molhando a palavra por dentro
os esmaltes e todos os sapatos
puídos no dedo mindinho
a vastidão do corpo
no cantinho do barraco
te trocaria por uma tequila
te negaria com os lábios
(deixaria o vexame em crise existencial)
nenhum 0800 saberiam o CEP
do cativeiro pro lado de dentro de mim
(nem o próprio diabo)
tu já não estarias
em nenhuma lembrança de retrovisor...
(e o inferno lamberia os dedos)