Bananal

sento em frente às pernas

e tudo zune nesse oco de mim,

a cidade, o preço que não

pago,

o algo mal dito, o embargo.

e tento ensaiar um verso

e tudo me é banal, coloquial

- um colóquio de bananas

ou imenso bananal:

" - Guardo, no inerente torpor das flores,

um verso sem fio"

Torpor, espinhos, caminho -

nem a rima me salva.

mas o que quero salvar,

o poema ou a mim?

e amanso numa tarde chuvosa e miúda,

sorrindo a um imenso bananal

Jeronimo Collares
Enviado por Jeronimo Collares em 10/05/2019
Reeditado em 10/05/2019
Código do texto: T6643788
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