Bananal
sento em frente às pernas
e tudo zune nesse oco de mim,
a cidade, o preço que não
pago,
o algo mal dito, o embargo.
e tento ensaiar um verso
e tudo me é banal, coloquial
- um colóquio de bananas
ou imenso bananal:
" - Guardo, no inerente torpor das flores,
um verso sem fio"
Torpor, espinhos, caminho -
nem a rima me salva.
mas o que quero salvar,
o poema ou a mim?
e amanso numa tarde chuvosa e miúda,
sorrindo a um imenso bananal