NOS CORREDORES DO HOSPITAL
A multidão pena por uma consulta
Na porta a direita no
Fim do corredor,
Um fóssil se remexe na cadeira
no lance da espera.
Seus ossos rangem como uma madeira velha.
Uma criança chuta na barriga da mãe
Como um aviso
E mais um numero é chamada na tela.
Mais uma e outra
A porta não cessa, não cessara tão cedo.
O medico rabisca garranchos indecifráveis
Vultos passeiam pelo estacionamento
Como ratos num labirinto de laboratório
Algumas se lembram, Outras esquecem
Uns querem um psiquiatra
Outros um milagre divino
Uma boa notícia, um lugar
Tranquilo na fila de espera
Ouve-se um martelo no consultório
Outro câncer é diagnosticado
Mas... como Deus,
Eu cruzo as pernas
Diante do balcão
E assisto o desespero
Caminhar pelos corredores.