Metade de uma noite azul
apluma tua alma
simula por completo uma garoa de luzes
para quebrar o gelo do vestido.
o vento espalha a realidade pelas sardas
o mesmo vento curiosamente
atravessa o outono dos seus quadris.
do chão levante dois sentires
inquieto e perdido sob a luz adequada
como uma cor que se curva com a brisa
até perder todas as suas forças.
chovem dias, chovem noites.
entram com seu nome nos lábios
mais do que posso contar.
se tivesse uma vida, te convidaria para viver comigo.
embriagar-me-ia da posse, da gratidão.
como fazem os verbos.
se tivesse duas, te expulsaria.
no lamento de todas janelas
como fazem os ventos.
com tempo para lavar passar cozinhar rezar
e ainda ser sensual, na altura certa
sem remorso sem borrar o batom
é algo superior a não ser uma boa garota.