Não há o que temer

Não há mais sonho

Não há mais esperança

Não mais luta

Nem mais aliança

Não há mais sorriso

Tão pouco bonança

Não há mais dilema

Nem tempo pra ser criança

Não há cores

Nem verões

Não há flores

Nem balões

Não há caminho

Nem criação

Não há ninho

Nem corações

O que há poesias

Linhas traçadas

Sinuosas curvas

Musa velada

É como luva

É como cilada

E como a rua

Na madrugada

Um espetáculo

Um explendor

Como o sol nascente

No eco a dor