Poesia me chama

Ser poeta e uma condição

Inerente a função

É emancipação

Em meio a tanta maldição

Me pego na contramão

E dentro contradição

É sobre realidade

E sobre alucinação

Quando a velha musa toca

Eu danço há eu danço

Zombando da mortalidade

Flertando com etenidede

Nesse equilíbrio sensitivo

Lembro dos gigantes

Debocho da vida

E de lembranças distantes

Minha cabeça um mar

Envolto e revolto

Me leva

Eleva sacode paredes

Quebra grilhões

Um coração que clama

Uma angústia que reclama

Um homem que odeia e ama

Uma voz que me chama