POEMA

O VENTO DESPENTEIA OS CABELOS DE VIDRO,

COMO UMA MULHER FICA TODA DESPENTEADA,

LÁ NO FUNDO A NOITE CANTA ALEGREMENTE,

NAS MÃOS DO PIANO, COMO ANEIS DE VENTO,

NOS OLHOS DA MADRUGADA TUDO PASSA.

COMO LUVAS DE CARNE EM CIMENTO ARMADO,

NAS RUAS DESPIDAS PELA VIDA FORA....

LÁ VAI PELA AVENIDA DE TERNURA.

MAS O ARY DOS SANTOS NÃO MORREU,

ESTÁ EM NÓS ENLEVADOS COM FERVURA,

CANTANDO OS POEMAS COM MUITO CARINHO,

OU NÃO SERÁ MESMO A SÉRIO TERNURA?

ENQUANTO O PESSOA ESCREVE...

UMA CARTA AO MÁRIO DE SÁ CARNEIRO.

E OUTRA PARA ANTÓNIIO BOTTO;

E UMA ESTRELA SE MESMO ATREVE,

A BEIJAR O SOL DE ALTANEIRO.

E O DIA ESTÁ MESMO MUITO ROTO.

COMO CRAVO DE TRISTEZA.

NOS FIOS DESTA VIDA DE GAROTO,

NA JANELA MESMO A SÉRIO DA POBREZA,

UM NINHO SE VÊ QUE É DUM PASSARINHO,

COM ESTA LEVEZA QUE NÃO NOS ENGANA.

LUIS COSTA

10/02/2000

TÓLU
Enviado por TÓLU em 09/05/2019
Reeditado em 27/08/2019
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