PESSOAS

Autora: Regilene Rodrigues Neves

Caminhando pela rua, vejo:

Pessoas em seus passos ocultas

Vultos na solidão de seus pensamentos

Ás vezes navega em sonhos profundos...

Caminham... Caminham...

Prisioneiras de um silêncio

Passam... Uma a uma...

Como espectros de almas

Muitas na angústia... Solidão...

Outras nos devaneios do coração

Tantas no egocentrismo de si...

Embora talvez exista um átimo

Na consonância de um mesmo pensamento

Elas se alheiam na passagem vaga de um olhar...

Talvez o trágico do dia a dia

A própria escalada pujante da vida

Os tornem próximas e distantes...

Tão pétreas

Numa frieza devasta...

No entanto: Seres

Numa mesma busca de sentimentos e vida

Um toque lhes parece um furto

Uma provocação

Menos um gesto companheiro

Não sei

Talvez uma estabilidade do sossego

Traga-lhes a monotonia intransponível do silêncio

E gerem a desconfiança e o tédio

Eu vi meu semelhante

Passei por ele e não o conheci

E no fim, descubro que estivemos tão próximos...

Numa mesma rua

Sob um mesmo céu

E não o conheci... E não o conheci...