Fazendeiro do ar

Em tempo de colheita

Ela deu seu ar da graça

E não há quem desfaça

A aragem que colhi

Eu plantei um velho tempo

E brotou um passatempo

E eu li, como se fosse um gibi

Um tomate escarlate

Um cachorro que só late

Mas não ladra para ladrão

Plantei um pé de mel

Nasceu um doce melão

Acho que foi por azar

Que o limão nasceu azedo

Botou fogo numa pira

Quando virou caipira

A batata se agitou aflita

Ao virar batata frita

E quem dera doce fosse

Seria doce de batata doce

Planto tudo que preciso for

Vou plantar uma amoreira

E esperar colher amor.

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 08/05/2019
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