Nunca se consegue ver toda a palavra,
sem antes senti-la como um vergão às costas,
como caos,
uma imagem que atravessa as delicadas maçãs do rosto,
passeia por sob as roupas e, à volta das chamas,
é corpo ofegante entre as veias.
 
Não se consegue ver toda a palavra
sem que antes seja [ nervo ],
queimadura pungente às estações,
e desde a radiação até a nascente da boca,
fome
que persegue por dentro.

 
Alta, tão alta e tão viva !,
que ainda que se durma, permanece acordada .







 
DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 06/05/2019
Reeditado em 06/05/2019
Código do texto: T6640620
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.