Nunca se consegue ver toda a palavra,
sem antes senti-la como um vergão às costas,
como caos,
uma imagem que atravessa as delicadas maçãs do rosto,
passeia por sob as roupas e, à volta das chamas,
é corpo ofegante entre as veias.
Não se consegue ver toda a palavra
sem que antes seja [ nervo ],
queimadura pungente às estações,
e desde a radiação até a nascente da boca,
fome
que persegue por dentro.
Alta, tão alta e tão viva !,
que ainda que se durma, permanece acordada .