E a cada dia que passa
interessa-me menos 
a sangria estancada
e uma versão amoldada de sentimento
 
Interessa-me menos as palavras dobradas,
como papél de pão em uma gaveta qualquer,

sem céu, não seduzem as minhas veias
 
E sem dúvida, interessa-me menos
o peito sem ninho, volúvel,
e a crueldade do sussurro sem cor
 
Porque nunca me alimentou nem alimenta
apenas uma fração de olhar,
tampouco me basta uma paz pela metade
 
O corpo até suporta ranhuras, estigmas e laivos,
mas a alma não se permite ser rasa .







 
DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 06/05/2019
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