ONDE ANDARÃO

ONDE ANDARÃO

Onde andarão a garoa

Que umedecia o chão

O sereno

Que deixava o tempo ameno

O orvalho nas pedras e nas pétalas

Em auroras frescas e brumadas

Foram-se sem deixar vestígios

Desidratadas pelos novos ares

Cheios de despejos diários

De máquinas ambulantes

De chaminés poluentes

De árvores caídas

De córregos enterrados pelo asfalto

No processo do progresso

No ocupar desocupando

No ir e vir insano

Na busca incessante da extinção

Dos prazeres naturais da vida

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 06/05/2019
Reeditado em 09/05/2019
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