PARA AUGUSTO
Augusto, eu te adoro,
Mas não me peças, te imploro,
Para acostumar-me à lama...
Prefiro minha cama, limpinha e cheirosa,
À terra miserável e tenebrosa
Que um dia, inexoravelmente, terei que aceitar,
Mas, por enquanto, sem escarro, por favor,
Porque nem mesmo o cigarro
Sou capaz de suportar, meu amor...
E, no entanto, te admiro tanto,
Que seria incapaz de te apedrejar,
Meu anjo de asas partidas... meu encanto...
*inspirada no divino poeta Augusto dos Anjos _ Versos Íntimos