PELE PRETA SEM CORRENTE

O aflorar de minha pele

É gritante nos teus olhos?

Impedes que a primavera,

Traga-me pura quimera.

Quando o alvorecer do outono,

Saciar minhas entranhas.

Haverá samba de roda,

Numa festividade tamanha.

Nas praças, toda alforria,

Cantando, jorrando alegria

Quebre-se a corrente,

Que interfere no presente.

A melanina não será mais,

Vitimada pelo feitor.

Por que hoje, pele preta,

Tem futuro promissor.

Ergam-se os mastros!

Rufem os tambores!

Dança negro! Dança!

Mostra todo teu teor.

Pele preta sem corrente,

Mova - se para frente.

Mostras que és diferente.

Nesse turbilhão (de) mente.

Negra Aurea: 03/05/19 às 3:00h