NUNCA É TARDE
Conheci um amigo
Que não sabia o que era amar.
Olhava para o próprio umbigo
E só queria a vida aproveitar.
Entre encontros e farras
A vida foi passando...
Desatou suas amarras
E jamais se viu amando.
Nem amou e nem amado
A velhice chegou.
E pelo espelho foi revelado.
Aos 82 provou do amor
Emocionado, começou a chorar,
E agradeceu por não partir com a dor
De não saber o que era amar.
Viveu até aos noventa.
Nunca é tarde para viver
O que o amor propunha
Eu fui testemunha.
Ênio Azevedo.
INTERAÇÃO DO POETA AMIGO
FRANCISCO DE ASSIS GÓIS
O teu amigo acordou,
Pois quem parte desse mundo,
Deixa um débito profundo,
Se na vida nunca amou.