Pedinte na calçada
Moça bonita que vai passando
Moço ocupado que vai ligeiro
Menino que vai à escola
Senhora que vem das compras
Passarinho pousado na árvore
Borboleta pisada e morta na sarjeta
Barata tonta na parede
Eu suplico, me deem um poema
Quero um verso qualquer para dormir com ele nesta calçada fria e suja
Veio a lua e pingou prata em meus olhos
Veio o sol e pingou sangue em minha testa