Nem sempre entendido
Decifrei abstrato em teu olhar
Um corpo que fala, gesticula, encanta, ri
Seus olhos dizem tanto quanto as palavras, ou mais,
Você olha fulminantemente e instiga, questiona
Impossível esquecer esse corpo que fala,
Essa voz que clama,
Esse olhar que fulmina,
Seu corpo a movimentar-se sinuosamente e em harmonia, dá o tom à peça como um todo
Você sempre vivo,
Nem sempre entendido,
Nem certo nem errado,
Somente existindo, indo deixando o corpo falar...
E nesse gesticular vertiginoso você carrega pela mão
E tão grande torna-se um espetáculo
Torna-se mágico
E vai transportado você
Transportando para aquilo que você reprime e esconde
E ele apresenta você real para você oprimido e esquecido
E cada vez ele aumenta mais
E você se solta
Vira válvula de escape das emoções reprimidas
De uma sociedade que jaz na avassaladora rotina rumo à cova sem dó nem perdão,
Feita de ilusão....
E você de encontro ao chão
Cara a cara com tudo que abomina
Se sente envergonhado por ter se trancado,
Por não ter lutado,
Por ter calado.
Por não estar atento,
Por não ter sonhado,
Alheio,
Alienado,
E você cala por saber que esteve sempre errado
Tão leve...tão breve...
Vai , se atreve, leve,
Vê se sorre...
Corre...
Vai, se atreve
Enquanto a vida implora para que a amemos mais...