LENÇÓIS

Lençóis quentes,

Enquanto ressoam os ventos,

E diante da seda o seu corpo envolvente,

Canta o silêncio tão diferente,

Amarrotada(os) em almofadas...

A ilusão põe-te a pensar,

Talvez surjam estrelas para amar,

E se entregar na onda ao luar,

Despir o medo do corpo,

Enquanto sincronizas pensamentos,

Enquanto vives momentos,

Na terna emoção da mente,

Na onda que abraça,

Nasce nas vestes a vontade da noite,

A chama que atiça sem pressa,

A mente busca por si,

A melodia, a magia das energias que deliciam,

No manto que acaricia,

Não precisas dizer nada,

Palavras perdem acção nessa hora,

Quando a vontade se revela e o desejo chora,

Entre quentes lençóis de seda,

Onde alma procura despir-se

De tudo que pesa no corpo,

Onde a ilusão busca pelo conjugado,

Dois verbos com a mesma acção,

Dois termos na mesma equação,

Calores na ínfima parte do corpo,

Entre as entranhas nasce a seiva,

O cheiro inebria o respirar,

E a mente só busca o entregar,

Para o controle das mãos,

Para o acalmar da voz,

No instante definido à sós,

Onde reinam apenas pensamentos,

Onde hão-de se definir sentimentos,

No manto da seda dos lençóis

Onde o luar se expressa sem sóis...

(M&M)

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 03/05/2019
Código do texto: T6638399
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