LENÇÓIS
Lençóis quentes,
Enquanto ressoam os ventos,
E diante da seda o seu corpo envolvente,
Canta o silêncio tão diferente,
Amarrotada(os) em almofadas...
A ilusão põe-te a pensar,
Talvez surjam estrelas para amar,
E se entregar na onda ao luar,
Despir o medo do corpo,
Enquanto sincronizas pensamentos,
Enquanto vives momentos,
Na terna emoção da mente,
Na onda que abraça,
Nasce nas vestes a vontade da noite,
A chama que atiça sem pressa,
A mente busca por si,
A melodia, a magia das energias que deliciam,
No manto que acaricia,
Não precisas dizer nada,
Palavras perdem acção nessa hora,
Quando a vontade se revela e o desejo chora,
Entre quentes lençóis de seda,
Onde alma procura despir-se
De tudo que pesa no corpo,
Onde a ilusão busca pelo conjugado,
Dois verbos com a mesma acção,
Dois termos na mesma equação,
Calores na ínfima parte do corpo,
Entre as entranhas nasce a seiva,
O cheiro inebria o respirar,
E a mente só busca o entregar,
Para o controle das mãos,
Para o acalmar da voz,
No instante definido à sós,
Onde reinam apenas pensamentos,
Onde hão-de se definir sentimentos,
No manto da seda dos lençóis
Onde o luar se expressa sem sóis...
(M&M)