Em boa hora
Aquela hora do dia nem uma alma viva a perambular pela a rua
A cidade estava quase morta ao meio dia a cidade dormia
O vento brincava com as folhas amareladas das castanheiras
Varria as velhas pedras da rua e gira com as pás do cata vento.
Um bêbado dormia na praça a igreja mantinha-se aberta
Convidava os transeuntes alguém que por ventura passasse ali
Naquela hora talvez um forasteiro uma alma de outra localidade
Que não sentisse a necessidade e fazer uma boa sesta.
O tempo se arrastava não tinha pressa dormia com a cidade.
A tarde era um sol solitário a deitar-se sobre as casas sonolentas
Só a necrópole animava-se com mais um morador àquela hora
Gente levando resto de vida a sua perpetua morada.
Desejo de defunto que dantes fora feito em vida a família do morto
Querer ser plantado ao meio dia a hora que a cidade sonha
Pedido feito desejo cumprido e a chorar pelo o olvidado o seu cão
O sentimento mais puro e leal presente ali no campo santo.