Submerso
 
Encolho-me
feito caramujo.
 
Ouço  bramindo canção na concha.
Ouriço neste mar.
 
Estrelas.
Aquieto-me.
Passam imperceptíveis.
 
Sou da rocha de cavernas profundas.
 
Elas da superfície das águas.
Outras,
além, muito além,
da abóbada celeste.
 
Ouço  bramindo canção na concha.
Pérolas  escondidas   
em ostras.
 
Sou da pedra de recantos profundos.
 
Maresia em fechado mar
de cara e bojo,
subverso. 
Marujo  subversivo.
 
Encolho-me
e na Poesia me refugio.
 
Sou Poeta,

nunca submisso.

 
Leonardo Lisbôa
Barbacena, 08/12/2015
Caderno  da Senectude
 
 
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de 19 de Fevereiro de 1998.
 
 
 
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Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 02/05/2019
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