Como pão no prato sagrado
tua maquiagem indiana
teu olhar vestido de gala
tua boca margem de desejo crescente
tua nuca entorta o vento
teus braços rogam um roubo
tuas unhas correm como veneno
se alimentando do sangue
tuas mãos banhadas de silêncio
teus pés violam a terra em carícias
tua penteadeira cheia de pistas de colares,
pulseiras, digitais de perfumes
tua veste troca de pele na penumbra
tua fita no cabelo unta a alma de lembrança
teu colo um demônio sonhando
tuas veias cantam, causam feridas no céu
dá-me um lugar para fugir do mundo
no fundo do meu ser
tua lágrima como pão no prato sagrado
aceite esse beijo na sobrancelha
escolha minha roupa (uma que cubra pecados)
deixe que nossas almas disputem entre si
enquanto dançamos através dos tempos