O tempo está quente
Meu corpo cansado e febril
Não me deixo vencer pela inércia
Momento de tristeza
Águas que se misturam e causam devastação
Cabeça erguida no caminho vazio
Pedras colocadas a minha frente
Tenho de triturá-las
Talqualmente um moinho
Estou aflito e insossegado
Quebro as pedras com um martelo
Sulco as águas com minhas braçadas
Vou epigrafar o fato para não ser esquecido
A intensidade do clima aumenta as tensões
Estou com medo e não quero ficar sozinho
Jogo as pedras para o alto
Chuto até o vento
Para que nada sirva de atrapalho
O rio é doce e profundo
Assim sendo
Terei firmeza para seguir meu rumo
Pretendo amenizar para não causar desatino
Sou um guerreiro menino
Quero construir meu mundo
Usando as pedras descartadas
Transformando-as em um castelo de sonhos
Que provoque muitas vibrações
Sendo assim
O corpo a morte leva e a alma imortaliza
Até que a esperança não seja perdida.
Publicado na Antologia "E agora José? - Versos encharcados de Lagrimas" da CBJE
Edição: Maikon Douglas
Foto: Divulgação