O tempo está quente 
Meu corpo cansado e febril 
Não me deixo vencer pela inércia 
Momento de tristeza 
Águas que se misturam e causam devastação 
Cabeça erguida no caminho vazio 
Pedras colocadas a minha frente 
Tenho de triturá-las 
Talqualmente  um moinho 
Estou aflito e insossegado 
Quebro as pedras com um martelo 
Sulco as águas com minhas braçadas 
Vou epigrafar o fato para não ser esquecido 
A intensidade do clima aumenta as tensões 
Estou com medo e não quero ficar sozinho 
Jogo as pedras para o alto 
Chuto até o vento 
Para que nada sirva de atrapalho 
O rio é doce e profundo 
Assim sendo 
Terei firmeza para seguir meu rumo 
Pretendo amenizar para não causar desatino 
Sou um guerreiro menino 
Quero construir meu mundo 
Usando as pedras descartadas 
Transformando-as em um castelo de sonhos 
Que provoque muitas vibrações 
Sendo assim 
O corpo a morte leva e a alma imortaliza 
Até que a esperança não seja perdida. 


Publicado na Antologia "E agora José? - Versos encharcados de Lagrimas" da CBJE
Edição: Maikon Douglas
Foto: Divulgação
Paulo Vasconcellos
Enviado por Paulo Vasconcellos em 02/05/2019
Código do texto: T6637341
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