Vou rabiscando na alma o que a chuva escreve na pele

escreva nos lábios a palavra não dita

tal lâmina em brasa num céu tranquilo

sê o vento que corta os ossos

empurre o mar...

distraidamente deguste minha solidão

divague um sorriso em meu rosto

preciso de algo seu, que me faça companhia

seu temperamento preenchendo a sala

qual armadilha para se perder o rumo

... a deixar a vida passar como um feriado

tanto faz, se tudo que existe

não é muito mais

que teu reflexo me olhando de volta

e um biscoito amanteigado na mesa

tanto faz, se as estrelas saíram do céu...

sou uma casa de muitos quartos

com todas (nossas) lembranças

se reunindo nesse poema

só não me roubes esse momento...

derretendo em meu peito

como uma palavra

que caminha para dentro do papel...

abra os braços então, em misericórdia

Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 01/05/2019
Reeditado em 08/05/2019
Código do texto: T6636879
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