Não em aquarela, mas em óleo
fosse o azul profundo, deliciosamente atrevido
e o anjo amarelo quebrado
todos os violetas desde o púrpura
rosas loucos furiosos
o toque dividido com o cobalto
como um pequeno burguês num campo de Millet
um cigarro acompanhado da lua
e a água forte de Rembrandt
como um tecelão seduzindo os obstáculos
os dias sob chaves
o preto quente de tua sobrancelha
avivadas, por finos traços de vermelho sangue
... você sorri
voam anjos dentro do inferno
e o cadmo capta infinitamente esse sorriso
cobre mate nos pedaços sólidos da alma alva
(e) a música desce para o pincel
o mais delicado que se possa imaginar
voam os segundos onde não há nada
(mas) tudo está lá como a fineza do grão
sob a vista plana do seu peito
como uma campina bronzeada de verde
gosto mais da campina, do que do mar
porque é tão infinito quanto ele
mas habitado pelo conjunto de um traço só
como uma nota esmeralda no véronèse limão
E eu... eu me resignaria aí.