Vestido novo

enfeitou-se, de água, de vento.

de tudo que soasse firmamento.

no tom da meia noite,

o vermelho da lua no fundo de tudo.

como se fosse um vermelho

de mão dada com os versos

de longe o pincel a continuar-te,

maior que a rua

maior que a busca eterna

pela chave na bolsa.

pois enquanto você meu amor,

não fizer uma versão tua

será sempre maior a minha,

desenhando-te.

(tal um pequeno remorso tênue).

e as horas límpidas

passando pelo telefone

que toca só em seu peito

e daqui a pouco dentro do tempo.

rasgando o ardor do pulso (...).

no mesmo vermelho da caixa de lápis.

tão solene que não digo.

Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 30/04/2019
Código do texto: T6635896
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