PELO VELEJO DA INSUFICIÊNCIA

Como está a branca areia da Praia de Itaparica

dentro desta tarde que pisa sobre os meus ossos

esfarelados?

(prontos para tornarem-se aço e minério de Brasil)

a luz do poste reluta em acender

num país de infinitas hemorragias

e ovulações:

sol causticante

(nascem as terríveis sinas perdidas)

foi-se a poesia nas pontas de dois marcadores

senti saudade do útero de minha mãe

donde tecia:

masmorra orfanato

(preso por quimeras e pasárgadas)

o que murcha compõe

notas russas e cisnes negros

ninguém deriva:

O que foi o que é o que será

(cuspa-me)

Italo Samuel Wyatt
Enviado por Italo Samuel Wyatt em 29/04/2019
Reeditado em 29/04/2019
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