Épico da alma nua II
tolos relógios que não voltam
tempo em estado bruto e eu tão pequena
o passar dos pedaços do que ainda não fui
como uma ópera encenada até o final
incidentais tocam o nada, morrem em mim.
hora por hora, olho por olho.
insolente quando sangra tardes nuas
tece indiferença feita do aço das sedas
debulha a alma nos calendários
afundando insultos no esquecimento
baixo, solene e cru beije-me então.
para que eu volte de vez para as asas
porque o tempo tem duas faces
entre o luto e as garras