Doce
Olha
o vaivém do
homem do algodão doce...
- Fon, fon!
No domingo introspectivo,
geladinho e choroso,
fugindo da garoa fina
pisando descuidado
nas poças de água fria.
Lá vai ele!
Lá vem ele!
- Fon, fon!
Apressando o passo
para alcançar
o desejo do menino:
- Quanto é moço?
- Fon, fon!
Olhos se alumiam
de contentamento;
outros olhinhos
piscam sem parar,
de puro encantamento
e moedinhas tilintam
escapando do bolso
de um
pra’s mãos do outro...
- Péra aí, moço!
Tá faltando moedinha...
Mãe! Manhê!
- Fon, fon!
Vem de lá, moedinha!
Vai pra lá, algodão,
empacotado e docinho...
Troca justa e nervosa,
de pura emoção:
- Quero o amarelinho!
- Fon, fon!!!
Ah! Prazer tem nome,
cor, textura e sabor!
Interessa se é domingo,
se é segunda?
Se tem poça d’água na rua
movimento
ou soneca geral?
Claro que não!
Tem sonhador na rua
tem criança no quintal?
Tá feito
o encontro perfeito
que adoça e
“esperança” um momento!
- Fon, fon!