O momento da inexistência
Enche o peito a água da chuva.
As esperanças barradas nas portas.
O cachorro que se banha na lama
se entrega ao vício.
No momento que as carnes se encontram:
beiço sujo, véspera do escarro, apedrejamento.
Galhos secos conversam
com as moscas de todos os mortos.
As estruturas das casas balançam com o vento.
O ruído despacha um inconsciente.
Ombros: anorexia da alma.
Uma pedra que foi atirada na rua,
soterrada, depois esquecida, mas que é pedra
e que lembra das violências.
TARÁS BULBA
...tudo em nome dos cossacos!
Escuto a Caxangá: ela tomada pela escuridão retilínea.
E aqui se pergunta: o mar existe?
Miró existindo em toda rua.