O que permanece prece
um júri de anjos embriagados há de vir
separar uma lágrima da outra
no guardado de meus olhos
a campainha tocará intuitiva anunciando
com a frequência de um amigo íntimo
percorrendo o ar como garoa
sussurrando o breu
o revirado da veste
arrancará do beco a hóstia
há de tirar da boca teu nome
o delírio dos sinos, dos poetas
partirá como boa porcelana
como um pedaço de rua inundado
onde os deuses temem pisar
e mortos de fome integram-se
deixará ir o que escuta o verbo
o que nunca tocou a caneta ou papel
cresce onde acaba
(...) o que permanece prece